domingo, 24 de abril de 2011

Cataratas num barril pt.28




Não sei o que aconteceu
onde me perdi nesses meses
me sinto tolo e desnorteado
sei que não estou sozinho

mas não é a mesma coisa
me sinto descartavel
não vejo meus anjos
e agora estou na fila de espera
de algo que sei q será difícil retornar

Quero embarcar novamente no onírico
pego meus remédios e me despeço do real
entrarei em um estado de coma social
sempre me dei melhor no meu mundo
onde era Deus

Estou pronto para a viagem
como descer as cataratas num barril
claustrofobico e molhado
é divertido

Vou apagar e sumir hoje
Não sei como acordarei amanha
mas estarei bem melhor

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Sincero e brutal Pt. 27





Longos minutos se passaram
E ela ainda me abraça forte
ouço a caixa do suéter cair no chão...

Sinto sua respiração perto da minha
como no dia do hospital
sinto zelo e carinho
algo simplesmente indescritível...

E agora algo novo
o coração dela bate forte
sinto como se estivesse dentro do meu peito
impressionante parece que sempre estivemos juntos...

A chuva começa a cair la fora
e ela ainda esta aqui
como sempre esteve
e só agora eu senti...

Ainda estou perplexo com o que aconteceu
palavras saíram de minha boca
coisa que a anos não conseguia fazer...

E um gesto, um abraço que no mundo real é tão sincero e tão visceral
Faz eu me sentir quente e feliz de forma brutal...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Agradecimento Pt. 26


O natal se foi com as risadas alheias que ouvia dos vizinhos festejando
não dormi e não tomei minhas cápsulas.
dias se passam e quase não durmo
não comi quase nada em nenhum desses dias
não tenho fome sem meus sonhos

Escuto a porta abrir...


Um sonoro bom dia acaba com o silencio e me tira da inércia
descubro que já é ano novo
não ouvi os fogos nem festejos
devem ter passado desapercebidos
entre um desmaio e outro


A vizinha entra se desculpando pela ausência dos dias que nem vi passarem
Diz que fez uma coisa pra mim (o que?)
reclama quando percebe que não comi direito (por que?)
e coloca um presente ao lado da cama (pra que?)
pede para que eu abra


Quando eu ergo as costas
ela me ampara e me ajuda a abrir o pacote
sinto lã e tateio até perceber que é um suéter
ela diz ser vermelho e preto
um gesto bonito ela dar o presente
e quando eu via gostava das cores
que hoje imagino nos cabelos de um anjo


Preciso agradece-la de alguma forma pelo gesto (mas como?)
lembro de quando era criança e ganhei meu 1º presente
e agradeço lhe dando um abraço
e fico perplexo, quando percebo, que com a voz rouca digo


Obrigado...