segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Sem Morfina Pt.22


Depois da noite infernal...

Acordo com a enfermeira retirando minha preciosa morfina
agarrei com força o botão de aplicação
que eu apertava para liberar meus sonhos

mas ela era durona e ainda com um tom de escárnio disse
-Vai ter que se virar sem isso agora

Só consegui retorcer meu rosto em reprovação
tentei fazer da pior forma possível para que a imagem da minha face
a deixasse sem sono, mas ela nem deu sinal de abalo.

Tirou meus tubos, a intravenosa e meu passaporte para o mundo onirico

Mal sabem eles que isso só ira me trazer insônia e mais espasmos de abstinência
e para eles mais trabalho durante a madrugada

a porta se fecha escuto o salto alto se distanciar

virão as dores e mais pesadelos, estou longe do onirico, das musas e só não dos anjos porque tenho voce aqui.

como prometido eu sempre cumpro, porque essa musica so faz sentido com vc s2

domingo, 15 de agosto de 2010

Banalidades Pt. 21




Estou ofegante meu corpo treme
a vizinha acorda assustada
ouço ela apertando o botão de emergência
alguns segundos depois uma enfermeira esta no quarto

Entra correndo e diz que meu estado é normal
ela não mente que todas as vezes que ficava sem meus sonhos
eu me sentia mal e isso se tornou banal

A diferença é que estou sem minhas cápsulas
e não tem ninguém que pode me trazer mais

A vizinha pergunta aflita se ela não pode fazer nada para me ajudar
na realidade a unica coisa que pode fazer
é manter a calma e esperar eu dormir

Minha mente flutua em flashes dolorosos
paro por um momento e percebo um anjo em minha frente
ele passa a mão em minha testa

Sinto seu sofrimento sinto sua dor
sua raiva e seu rancor

De repente minha voz se torna a sua
meus olhos fecham e dizemos juntos
ficar mal se tornou tão banal

Pontadas na cabeça, coração acelerado, desmaio, tudo tão banal...

sábado, 14 de agosto de 2010

Pesadelo Real Pt. 20


Ela se vai junto com os devaneios do mundo onírico
suas asas seus olhos e seu jeito brando de falar
diz que vai voltar as suas origens

Quando ouço essas palavras sinto o peso da realidade invadir minha mente novamente
sinto a solidão a quietude e o ar frio do hospital batendo no meu corpo
meu peito está doendo...

Batidas fortes do coração não me deixam dormir
ouço cada sussurro nesse lugar e a respiração da vizinha ao meu lado

Meus olhos estranhamente ardem depois de muito tempo sem sequer senti-los
parecem em chamas, não consigo me mexer.

Desespero e angustia nesse inferno que é a realidade
sem anjos ou musas apenas eu e a dor

Preciso das minhas cápsulas de sonhos
ou acabarei morrendo mentalmente sem a surrealidade onírica de que tanto preciso

Pesado, sufocante, quente e terrível
Pesadelo real de um mundo nada incrível
Nunca sozinho pois tenho remedios e anjos...